sexta-feira, 19 de outubro de 2007

GRUPO DO PORTINARI!
VIDAS SECAS!!!!
I – MUDANÇA
Uma família sertaneja, constituída pelo vaqueiro Fabiano, sinhá Vitória, dois filhos (referidos como menino mais novo e menino mais velho), acompanhados da cachorra Baleia, varam a caatinga na condição de flagelados retirantes. Não sabiam para onde ir: a angústia, a falta de perspectiva e a fome foram atenuadas pelo sacrifício do papagaio e por um preá, caçado por Baleia.
II – FABIANO
Chegam a uma fazenda abandonada e ali se alojam, como invasores. Julga-se homem, mas retrocedendo no pensamento, considera-se mais um bicho, o que não deixava de constituir, para ele, motivo de orgulho: "sim senhor, um bicho capaz de vencer as dificuldades". Tomava conta da fazenda do pouco gado que restara, da casa, de coisas que não eram dele. Criava raízes em terra alheia.
II – CADEIA
O dono da fazenda retorna à propriedade e emprega Fabiano como capataz. O trabalho, ainda que temporário, dá à família uma certa estabilidade. Fabiano vai à feira da cidade fazer algumas compras e tentar vender um porco que matara. É escorraçado pelo fiscal do governo, que lhe exige pagamento de imposto para poder vender a carne. Na bodega em que tomava uma cachaça, Fabiano é convidado por um soldado amarelo para jogar cartas. Perde o dinheiro que estava guardando e, acabrunhado, retira-se do jogo sem se despedir dos parceiros. Fica pensando nas desculpas que iria dar à esposa pela perda do dinheiro, até ser interrompido pelo soldado amarelo que o censura por ter abandonado bruscamente o carteado. Dizendo-se desrespeitado, o soldado dá voz de prisão a Fabiano. Levado para a cadeia, o vaqueiro é impiedosamente surrado. Passa a noite remoendo sua revolta, em completo estado de confusão mental.
IV – SINHÁ VITÓRIA
Sinhá Vitória vê adiado o sonho de possuir uma cama de lastro de couro, igual a de seu Tomás da Bolandeira. A revolta cresce com a rotina dos afazeres domésticos.
V – O MENINO MAIS NOVO
O menino mais novo admirava o pai, vendo-o montar a égua alazã. Imaginava, um dia, vir a ser como ele, principalmente para demonstrar sua coragem ao irmão mais velho e à Baleia. Para tanto, resolve cavalgar num bode: acaba caindo numa ribanceira, sob os risos e chacotas do irmão mais velho e o olhar de censura de Baleia.
VI – O MENINO MAIS VELHO
Sinhá Vitória vivia reclamando da vida, considerando-a um inferno. Intrigado com esta palavra, o menino mais velho pergunta o significado. A mãe se revolta com a própria incapacidade de lhe fornecer uma explicação satisfatória e expulsa-o da cozinha. Humilhado, o menino mais velho procura consolo junto à cachorra Baleia.
VII – O INVERNO
Quando chegam as chuvas de inverno, a família reúne-se ao redor do fogão de lenha para se aquecer. Sonolentos, os meninos ouvem os pais, mais uma vez, desfiarem seus sonhos de felicidade. Fabiano vê afastado o perigo da seca.
VIII – FESTA
Vestindo roupas de passeio, a família vai passar o natal na cidade. Na igreja, só sinhá Vitória identifica-se com a atmosfera de religiosidade e procura participar da missa. Os meninos sentiam-se amedrontados com tanta gente.
IX – BALEIA
Baleia adoece e Fabiano se vê obrigado a sacrificá-la. Todos se desesperam com seu sofrimento, principalmente Fabiano. A morte da cachorra é narrada em câmara lenta, o que amplifica a humanidade que a cercava.
X – CONTAS
Fabiano vai até à casa do patrão acertar as contas pelos trabalhos prestados na fazenda. Os cálculos do patrão eram muito diferentes das contas preparadas por sinhá Vitória. Sentindo-se lesado, Fabiano reclama e passivamente acata a justificativa do patrão, de que a diferença se devia aos juros cobrados pelo empréstimo antecipado. A miragem de permanecer na fazenda vai se desfazendo, o que deixa o vaqueiro revoltado.
XI – O SOLDADO AMARELO
Um ano após sua injusta prisão, Fabiano reencontra o soldado amarelo, perdido na caatinga. A oportunidade de revanche é concreta, mas Fabiano apieda-se do soldado amarelo e deixa-o partir: "governo é governo."
XII – O MUNDO COBERTO DE PENAS
As aves de arribação anunciam a proximidade de nova seca. Os animais começam a tombar, de fome e de sede. Fabiano procura afastá-las a tiros, notando como sua sina era semelhante a de Baleia. Atemorizado, Fabiano pensa no que significam o soldado amarelo e o dono da fazenda. Infeliz e revoltado com sua impotência, volta para casa, julgando-se um "Cabra Safado, mole. Se não fosse tão fraco, teria entrado no cangaço e feito misérias."
XIII – FUGA
Com a chegada da seca, Fabiano, a princípio, pensa em permanecer na fazenda. A morte de um número cada vez maior de reses, no entanto, faz com que ele decida tentar a sobrevivência noutro local. Fogem de madrugada, lembram-se de Baleia e, para atenuar o sofrimento, começam a conversar, alimentando a esperança de chegar a algum lugar onde pudessem ter vida melhor. "E o sertão continuaria a mandar para a cidade grandes homens fortes como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos".

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